A viagem técnica ao Mosteiro Zen Budista ocorreu no dia
18/09 com o intuito de nos aproximar da cultura oriental. Logo na entrada uma
frase nos dava uma prévia do que encontraríamos: “Estudar Budismo, é estudar a
si próprio. Estudar a si próprio, e esquecer de si próprio. Esquecer de si
próprio, é estar uno com todas as coisas”- Dógen, séc.XIII . Logo, nos foi
apresentado que na cultura budista , todo tipo de vida e seres inanimados só se
diferem pela sua forma de expressão no Mundo, ou seja , sua forma física ,
portanto, nos é ensinado que a felicidade é conquistada quando conseguimos
desenvolver um sentimento genuíno, o amor pelos outros e por tudo que nos
cerca, esquecendo então o “eu” e nos dedicando a pensar nos outros, contudo não
devemos desprezar-nos a si mesmos nem nos julgarmos inferiores, mas sim
adquirirmos autoconfiança na capacidade de nos relacionarmos e socorrermos os
que nos cercam.
O mosteiro foi fundado por um homem comum, estudante de
medicina que pouco antes de começar a exercer a profissão decidiu abrir mão de
tudo e se dedicar às práticas budistas, com as quais tivera contato algum tempo
antes em uma viagem ao Japão. Após procurar um lugar ideal para montar o
mosteiro, ele acabou optando por instalá-lo em uma região de montanhas isoladas
em Ibiraçu. Este local estava no período isolado e abandonado, era uma imensa
área de pastagem que com o passar dos anos vem sendo recuperado, hoje, o
mosteiro possui grande área de matas e é referência na proteção da Mata
Atlântica.
Quando entramos no local nos deparamos com um ambiente
extremamente organizado, limpo, calmo, tranquilo, nos sentimos como se o tempo
estivesse passando mais devagar, quase parando. Ainda na entrada nos
surpreendemos com um grande sino e uma escultura de um Buda recém-chegado ao
mosteiro devido às comemorações dos quarenta anos do mesmo. Ambos foram feitos
por uma família tradicional no Japão, sendo o sino trabalhado em uma rocha
vulcânica.
As construções são aparentemente fiéis as da cultura
oriental, sendo que o cemitério presente nos entornos impressiona com suas
lápides e um memorial a Augusto Ruschi.
Tivemos um momento onde ouvimos um pouco da história do
mosteiro e recebemos informações a respeito da cultura oriental, da preocupação
deles com o meio em que vivem, do respeito para com o próximo e dos significados que permeiam as atitudes que eles tomam para um exercício de
meditação. Durante esse exercício tínhamos que deixar os pensamentos fluírem
sem nos apegar a eles, porém, tivemos um pouco de dificuldade, pois algumas
pessoas não conseguiram se concentrar e seus risos e ruídos acabavam
atrapalhando também o nosso momento.
Depois disso, almoçamos e retornamos para a escola e à
nossa rotina, com a sensação de que desacelerar e observar o Mundo a nossa
volta, às vezes, pode ser muito construtivo e prazeroso.
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