A partir da segunda revolução industrial no século XIX e prosseguindo no que se denomina agora sociedade pós-industrial ou pós-moderna (iniciada nos anos 70 do século passado), as artes foram submetidas a uma nova servidão: as regras do mercado capitalista e a ideologia da indústria cultural, baseada na ideia e na prática do consumo de “produtos culturais” fabricados em série. As obras de arte são mercadorias, como tudo o que existe no capitalismo.
Perdida a aura, a arte não se democratizou, massificou-se para consumo rápido no mercado da moda e nos meios de comunicação de massa, transformando-se em propaganda e publicidade, sinal de status social, prestígio político e controle cultural.
Sob os efeitos da massificação da indústria e consumo culturais, as artes correm o risco de perder três de suas principais características:
1. de expressivas, tornarem-se reprodutivas e repetitivas;
2. de trabalho da criação, tornarem-se eventos para consumo;
3. de experimentação do novo, tornarem-se consagração do consagrado pela moda e pelo consumo.
A arte possui intrinsecamente valor de exposição ou exponibilidade, isto é, existe para ser contemplada e fruída. É essencialmente espetáculo, palavra que vem do latim e significa: dado à visibilidade. No entanto, sob o controle econômico e ideológico das empresas de produção artística, a arte se transformou em seu oposto: é um evento para tornar invisível a realidade e o próprio trabalho criador das obras. É algo para ser consumido e não para ser conhecido, fruído e superado por novas obras.
As obras de arte e de pensamento poderiam democratizar-se com os novos meios de comunicação, pois todos poderiam, em princípio, ter acesso a elas, conhecê-las, incorporá-las em suas vidas, criticá-las, e os artistas e pensadores poderiam superá-las em outras, novas.
A democratização da cultura tem como precondição a ideia de que os bens culturais (no sentido restrito de obras de arte e de pensamento e não no sentido antropológico amplo, que apresentamos no estudo sobre a ideia de Cultura) são direito de todos e não privilégio de alguns. Democracia cultural significa direito de acesso e de fruição das obras culturais, direito à informação e à formação culturais, direito à produção cultural.
Ora, a indústria cultural acarreta o resultado oposto, ao massificar a Cultura. Por quê?
Em primeiro lugar, porque separa os bens culturais pelo seu suposto valor de mercado: há obras “caras” e “raras”, destinadas aos privilegiados que podem pagar por elas, formando uma elite cultural; e há obras “baratas” e “comuns”, destinadas à massa. Assim, em vez de garantir o mesmo direito de todos à totalidade da produção cultural, a indústria cultural introduz a divisão social entre elite “culta” e massa “inculta”. O que é a massa? É um agregado sem forma, sem rosto, sem identidade e sem pleno direito à Cultura.
Em segundo lugar, porque cria a ilusão de que todos têm acesso aos mesmos bens culturais, cada um escolhendo livremente o que deseja, como o consumidor num supermercado. No entanto, basta darmos atenção aos horários dos programas de rádio e televisão ou ao que é vendido nas bancas de jornal e revistas para vermos que, através dos preços, as empresas de divulgação cultural já selecionaram de antemão o que cada grupo social pode e deve ouvir, ver ou ler.
No caso dos jornais e revistas, por exemplo, a qualidade do papel, a qualidade gráfica de letras e imagens, o tipo de manchete e de matéria publicada definem o consumidor e determinam o conteúdo daquilo a que terá acesso e tipo de informação que poderá receber. Se compararmos, numa manhã, cinco ou seis jornais, perceberemos que o mesmo mundo – este no qual todos vivemos – transforma-se em cinco ou seis mundos diferentes ou mesmo opostos, pois um mesmo acontecimento recebe cinco ou seis tratamentos diversos, em função do leitor que a empresa jornalística pretende atingir.
Em terceiro lugar, porque inventa uma figura chamada “espectador médio”, “ouvinte médio” e “leitor médio”, aos quais são atribuídas certas capacidades mentais “médias”, certos conhecimentos “médios” e certos gostos “médios”, oferecendo-lhes produtos culturais “médios”. Que significa isso?
A indústria cultural vende Cultura. Para vendê-la, deve seduzir e agradar o consumidor. Para seduzi-lo e agradá-lo, não pode chocá-lo, provocá-lo, fazê-lo pensar, fazê-lo ter informações novas que o perturbem, mas deve devolver-lhe, com nova aparência, o que ele já sabe, já viu, já fez. A “média” é o senso comum cristalizado que a indústria cultural devolve com cara de coisa nova.
Em quarto lugar, porque define a Cultura como lazer e entretenimento, diversão e distração, de modo que tudo o que nas obras de arte e de pensamento significa trabalho da sensibilidade, da imaginação, da inteligência, da reflexão e da crítica não tem interesse, não “vende”. Massificar é, assim, banalizar a expressão artística e intelectual. Em lugar de difundir e divulgar a Cultura, despertando interesse por ela, a indústria cultural realiza a vulgarização das artes e dos conhecimentos.
Os meios de comunicação
Dos meios de comunicação, sem dúvida, o rádio e a televisão manifestam mais do que todos os outros esses traços da indústria cultural.
Começam introduzindo duas divisões: a dos públicos (as chamadas “classes” A, B, C e D) e a dos horários (a programação se organiza em horários específicos que combinam a “classe”, a ocupação – donas-de-casa, trabalhadores manuais, profissionais liberais, executivos -, a idade – crianças, adolescentes, adultos – e o sexo).
Essa divisão é feita para atender às exigências dos patrocinadores, que financiam os programas em vista dos consumidores potenciais de seus produtos e, portanto, criam a especificação do conteúdo e do horário de cada programa. Em outras palavras, o conteúdo, a forma e o horário do programa já trazem em seu próprio interior a marca do patrocinador.
Muitas vezes, o patrocinador financia um programa que nada tem a ver, diretamente, com o conteúdo e a forma veiculados. Ele o faz porque, nesse caso, não está vendendo um produto, mas a imagem de sua empresa. É assim, por exemplo, que uma empresa de cosméticos pode, em lugar de patrocinar um programa feminino, patrocinar concertos de música clássica; uma revendedora de motocicletas, em lugar de patrocinar um programa para adolescentes, pode patrocinar um programa sobre ecologia.
A figura do patrocinador determina o conteúdo e a forma de outros programas, ainda que não patrocinados por ele. Por exemplo, um banco de um governo estadual pode patrocinar um programa de auditório, pois isto é conveniente para atrair clientes, mas pode, indiretamente, influenciar o conteúdo veiculado pelos noticiários. Por quê?
Porque a quantidade de dinheiro paga pelo banco à rádio ou à televisão para o programa de auditório é muito elevada e interessa aos proprietários daquela rádio ou televisão. Se o noticiário apresentar notícias desfavoráveis ao governo do Estado ao qual pertence o banco, este pode suspender o patrocínio do programa de auditório. Para não perder o cliente, a emissora de rádio ou de televisão não veicula notícias desfavoráveis àquele governo e, pior, veicula apenas as que lhe são favoráveis. Dessa maneira, o direito à informação desaparece e os ouvintes ou telespectadores são desinformados ou ficam mal informados.
A desinformação, aliás, é o principal resultado da maioria dos noticiários de rádio e televisão. Com efeito, como são apresentadas as notícias? De modo geral, são apresentadas de maneira a impedir que o ouvinte e o espectador possam localizá-la no espaço e no tempo.
Falta de localização espacial: o espaço real é o aparelho de rádio e a tela da televisão, que tem a peculiaridade de retirar as diferenças e distâncias geográficas, de tal modo que algo acontecido na China, na Índia, nos Estados Unidos ou em Campina Grande pareça igualmente próximo e igualmente distante.
Falta de localização temporal: os acontecimentos são relatados como se não tivessem causas passadas nem efeitos futuros; surgem como pontos puramente atuais ou presentes, sem continuidade no tempo, sem origem e sem consequências; existem enquanto forem objetos de transmissão e deixam de existir se não forem transmitidos.
Paradoxalmente, rádio e televisão podem oferecer-nos o mundo inteiro num instante, mas o fazem de tal maneira que o mundo real desaparece, restando apenas retalhos fragmentados de uma realidade desprovida de raiz no espaço e no tempo. Nada sabemos, depois de termos tido a ilusão de que fomos informados sobre tudo.
Também é interessante a inversão entre realidade e ficção produzida pela mídia. Acabamos de mencionar o modo como o noticiário nos apresenta um mundo irreal, sem História, sem causas nem consequências, descontínuo e fragmentado. Em contrapartida, as novelas criam o sentimento de realidade. Elas o fazem usando três procedimentos principais:
1. o tempo dos acontecimentos novelísticos é lento para dar a ilusão de que, a cada capítulo, passou-se apenas um dia de nossa vida, ou passaram-se algumas horas, tais como realmente passariam se fôssemos nós a viver os acontecimentos narrados;
2. os personagens, seus hábitos, sua linguagem, suas casas, suas roupas, seus objetos são apresentados com o máximo de realismo possível, de modo a impedir que tenhamos distância diante deles (ao contrário do cinema e do teatro, que suscitam em nós o sentimento de proximidade justamente porque nos fazem experimentar o da distância);
3. como consequência, a novela nos aparece como relato do real, enquanto o noticiário nos aparece como irreal. Basta ver, por exemplo, a reação de cidades inteiras quando uma personagem da novela morre (as pessoas choram, querem ir ao enterro, ficam de luto) e a falta de reação das pessoas diante de chacinas reais, apresentadas nos noticiários.
Vale a pena, também, mencionar dois outros efeitos que a mídia produz em nossas mentes: a dispersão da atenção e a infantilização.
Para atender aos interesses econômicos dos patrocinadores, a mídia divide a programação em blocos que duram de sete a dez minutos, cada bloco sendo interrompido pelos comerciais. Essa divisão do tempo nos leva a concentrar a atenção durante os sete ou dez minutos de programa e a desconcentrá-la durante as pausas para a publicidade.
Pouco a pouco, isso se torna um hábito. Artistas de teatro afirmam que, durante um espetáculo, sentem o público ficar desatento a cada sete minutos. Professores observam que seus alunos perdem a atenção a cada dez minutos e só voltam a se concentrar após uma pausa que dão a si mesmos, como se dividissem a aula em “programa” e “comercial”.
Ora, um dos resultados dessa mudança mental transparece quando criança e jovem tentam ler um livro: não conseguem ler mais do que sete a dez minutos de cada vez, não conseguem suportar a ausência de imagens e ilustrações no texto, não suportam a ideia de precisar ler “um livro inteiro”. A atenção e a concentração, a capacidade de abstração intelectual e de exercício do pensamento foram destruídas. Como esperar que possam desejar e interessar-se pelas obras de arte e de pensamento?
Por ser um ramo da indústria cultural e, portanto, por ser fundamentalmente uma vendedora de Cultura que precisa agradar o consumidor, a mídia infantiliza. Como isso acontece? Uma pessoa (criança ou não) é infantil quando não consegue suportar a distância temporal entre seu desejo e a satisfação dele. A criança é infantil justamente porque para ela o intervalo entre o desejo e a satisfação é intolerável (por isso a criança pequenina chora tanto).
Ora, o que faz a mídia? Promete e oferece gratificação instantânea. Como o consegue? Criando em nós os desejos e oferecendo produtos (publicidade e programação) para satisfazê-los. O ouvinte que gira o dial do aparelho de rádio continuamente e o telespectador que muda continuamente de canal o fazem porque sabem que, em algum lugar, seu desejo será imediatamente satisfeito.
Além disso, como a programação se dirige ao que já sabemos e já gostamos, e como toma a cultura sob a forma de lazer e entretenimento, a mídia satisfaz imediatamente nossos desejos porque não exige de nós atenção, pensamento, reflexão, crítica, perturbação de nossa sensibilidade e de nossa fantasia. Em suma, não nos pede o que as obras de arte e de pensamento nos pedem: trabalho sensorial e mental para compreendê-las, amá-las, criticá-las, superá-las. A Cultura nos satisfaz, se tivermos paciência para compreendê-la e decifrá-la. Exige maturidade. A mídia nos satisfaz porque nada nos pede, senão que permaneçamos sempre infantis.
Um último traço da indústria cultural que merece nossa atenção é seu autoritarismo, sob a aparência de democracia. Um dos melhores exemplos encontra-se nos programas de aconselhamento. Um especialista – é sempre um especialista – nos ensina a viver, um outro nos ensina a criar os filhos, outro nos ensina a fazer sexo, e assim vão se sucedendo especialistas que nos ensinam a ter um corpo juvenil e saudável, boas maneiras, jardinagem, meditação espiritual, enfim, não há um único aspecto de nossa existência que deixe de ser ensinado por um especialista competente.
Em princípio, seria absurdo e injusto considerar tais ensinamentos como autoritários. Pelo contrário, deveríamos considerá-los uma forma de democratizar e sociabilizar conhecimentos. Onde se encontra o lado autoritário desse tipo de programação (no rádio e na televisão) e de publicação (no caso de jornais, revistas e livros)? No fato de que funcionam como intimidação social.
De fato, como a mídia nos infantiliza, diminui nossa atenção e capacidade de pensamento, inverte realidade e ficção e promete, por meio da publicidade, colocar a felicidade imediatamente ao alcance de nossas mãos, transforma-nos num público dócil e passivo. Uma vez que nos tornamos dóceis e passivos, os programas de aconselhamento, longe de divulgar informações (como parece ser a intenção generosa dos especialistas) torna-se um processo de inculcação de valores, hábitos, comportamentos e ideias, pois não estamos preparados para pensar, avaliar e julgar o que vemos, ouvimos e lemos. Por isso, ficamos intimidados, isto é, passamos a considerar que nada sabemos, que somos incompetentes para viver e agir se não seguirmos a autoridade competente do especialista.
Dessa maneira, um conjunto de programas e publicações que poderiam ter verdadeiro significado cultural tornam-se o contrário da Cultura e de sua democratização, pois se dirigem a um público transformado em massa inculta, desinformada e passiva.
Cinema e televisão
Como a televisão, o cinema é uma indústria. Como ela, depende de investimentos, mercados, propaganda. Como ela, preocupa-se com o lucro, a moda, o consumo.
No entanto, independentemente da boa ou má qualidade dos filmes, o cinema difere da televisão em um aspecto fundamental.
A televisão é um meio técnico de comunicação à distância, que empresta do jornalismo a ideia de reportagem e notícia, da literatura, a ideia do folhetim novelesco, do teatro, a ideia de relação com um público presente, e do cinema, os procedimentos com imagens. Do ponto de vista do receptor, o aparelho televisor é um eletrodoméstico, como o liquidificador ou a geladeira.
O cinema é a forma contemporânea da arte: a da imagem sonora em movimento. Nele, a câmera capta uma sociedade complexa, múltipla e diferenciada, combinando de maneira totalmente nova, música, dança, literatura, escultura, pintura, arquitetura, história e, pelos efeitos especiais, criando realidades novas, insólitas, numa imaginação plástica infinita que só tem correspondência nos sonhos.
Como o livro, o cinema tem o poder extraordinário, próprio da obra de arte, de tornar presente o ausente, próximo o distante, distante o próximo, entrecruzando realidade e irrealidade, verdade e fantasia, reflexão e devaneio.
Nele, a criatividade do diretor e a expressividade dramática ou cômica do intérprete pode manifestar-se e oferecer-se plenamente ao público, sem distinção étnica, sexual, religiosa ou social. Apesar dos pesares, Benjamin tinha razão ao considerar o cinema a arte democrática do nosso tempo.
CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo, Ática, 2000, p.422-428.
Exercícios - Cultura, Ideologia e Industria Cultural
1- (UEL – 2003) O etnocentrismo pode ser definido como uma “atitude
emocionalmente condicionada que leva a considerar e julgar sociedades
culturalmente diversas com critérios fornecidos pela própria cultura. Assim,
compreende-se a tendência para menosprezar ou odiar culturas cujos padrões se
afastam ou divergem dos da cultura do observador que exterioriza a atitude
etnocêntrica. (...) Preconceito racial, nacionalismo, preconceito de classe ou
de profissão, intolerância religiosa são algumas formas de etnocentrismo”.
(WILLEMS, E. Dicionário de Sociologia. Porto Alegre: Editora Globo, 1970. p.
125.)
Com base no texto e nos conhecimentos de sociologia, assinale a
alternativa cujo discurso revela uma atitude etnocêntrica:
a) A existência de culturas subdesenvolvidas relaciona-se à presença, em
sua formação, de etnias de tipo incivilizado.
b) Os povos indígenas possuem um acúmulo de saberes que podem
influenciar as formas de conhecimentos ocidentais.
c) Os critérios de julgamento das culturas diferentes devem primar pela
tolerância e pela compreensão dos valores, da lógica e da dinâmica própria a
cada uma delas.
d) As culturas podem conviver de forma democrática, dada a inexistência
de relações de superioridade e inferioridade entre as mesmas.
e) O encontro entre diferentes culturas propicia a humanização das
relações sociais, a partir do aprendizado sobre as diferentes visões de mundo.
2- (UEL – 2004) Observe os quadrinhos a seguir:
Fonte: HENFIL. Fradim. Rio de Janeiro: Codecri, [197-], p. 3.
Nos quadrinhos o cartunista faz uma ironia sobre a perspectiva adotada
pelos ‘civilizados’ em relação aos ameríndios. Por intermédio dessa ironia,
Henfil revela práticas contumazes dos ditos ‘civilizados’. Sobre essas
práticas, analise as afirmativas a seguir.
I. As práticas dos ‘civilizados’ expressam uma postura de relativismo
cultural, pois os aspectos da cultura ameríndia são abordados em seu próprio
contexto.
II. A disposição de assimilar os ameríndios à ‘civilização’ é um sinal
evidente de negação do direito à diferença cultural.
III. Os ‘civilizados’ se propõem a estabelecer uma relação simétrica com
a sociedade dos ameríndios.
IV. Os ameríndios são vistos pelos ‘civilizados’ sobretudo pela ausência
do que é natural para os próprios civilizados.
Estão corretas apenas as afirmativas:
a) I e II.
b) I e III.
c) II e IV.
d) I, III, IV.
e) II, III, IV.
3- O significado da palavra cultura esteve vinculado à terra até o
século XVIII. Com o Iluminismo, o termo passa a definir uma característica do
homem. Essa mudança de perspectiva só foi possível graças:
a) à descoberta da teoria da evolução das espécies e à afirmação de que
o homem era descendente dos macacos;
b) à imposição da Igreja para que se aceitasse a ideia de cultura como
uma característica humana;
c) à descoberta de novos mundos, como a América, que colocou o homem em
contato com povos diferentes do europeu;
d) ao desenvolvimento da ciência e à descoberta de novas formas de
produção de alimentos;
e) a uma nova concepção de mundo, segundo a qual o homem passou a ser o
centro do universo, e não mais Deus;
4- O conceito antropológico de cultura define o termo como:
a) um elemento que aproxima os homens dos animais;
b) uma função orgânica do homem;
c) um elemento que garante a homogeneidade entre os povos;
d) um traço distintivo do homem, mas que não é homogêneo;
e) as capacidades e os hábitos esquecidos pelo homem;
5- (UFUB) Assinale a opção que indica o emprego correto do conceito de
cultura na perspectiva da antropologia:
a) A cultura diz respeito aos atributos a - históricos que singularizam
um povo;
b) A cultura de um povo é determinada pelo meio natural;
c) A cultura é herdada biologicamente e condiciona o comportamento dos
povos;
d) A cultura é uma forma de linguagem que tem origem simbólica;
6- (UFUB) O fato de o homem ver o mundo através de sua cultura tem como
conseqüência a propensão para considerar o seu modo de vida como o mais correto
e o mais natural. Essa tendência se denomina:
a) egocentrismo
b) heliocentrismo
c) heterocentrismo
d) etnocentrismo
7- (UFPE) Sobre a cultura brasileira no século XX, são corretas as
afirmações que seguem:
(01) Após a Segunda Guerra Mundial, a civilização ocidental passou por
grandes transformações de comportamento, cujos reflexos podem ser notados no
Brasil: consumo de eletrodomésticos, indústria automobilística, mudanças na
moda e nos hábitos alimentares.
(02) A Bossa Nova, como parte do movimento cultural ocidental do século
XX, surgiu no Brasil e teve, através das músicas de Tom Jobim, João Gilberto e
outros, grande repercussão mundial.
(04) “Deus e o Diabo na Terra do Sol”, título de um filme do cineasta
Glauber Rocha, desenvolve uma temática urbana, própria de cidades como nova
York, Berlim e Londres.
(08) Na década de 90, assistimos ao renascimento do cinema nacional com
filmes como “Sábado”, “Quatrilho”, “Carlota Joaquina”, “O Guarani”, “O Baile
Perfumado” e “Central do Brasil”.
(16) Tarsila do Amaral e Oswald de Andrade fizeram parte do movimento
modernista brasileiro.
Soma: _______
8- (UFUB) “Todo sistema cultural tem sua própria lógica e não passa de
um ato primário de etnocentrismo tentar transferir a lógica de um sistema para
outro”. (LARAIA, Roque. Cultura: Um conceito antropológico. 8 ed., Rio de
Janeiro. Jorge Zahar, 1993).
Considerando o texto acima, marque a alternativa correta acerca das
afirmações a seguir:
I - As sociedades tribais são tão eficientes para produzir cultura
quanto qualquer outra, mesmo quando não possuem certos recursos culturais
presentes em outras culturas.
II - As sociedades selvagens são capazes de produzir cultura, mas estão
mal adaptadas ao ambiente e, por isso, algumas nem sequer possuem o Estado.
III - As chamadas sociedades indígenas são dotadas de recursos materiais
e simbólicos eficientes para produzir cultura como qualquer outra,
faltando-lhes apenas uma linguagem própria.
IV - As chamadas sociedades primitivas conseguiram produzir cultura
plenamente, ao longo do processo evolutivo, quando instituíram o Estado e as
instituições escolares.
a) I e II estão corretas.
b) Apenas I está correta.
c) I e III estão corretas.
d) I e IV estão corretas.
9- (Uel – 2004) “As práticas religiosas indígenas, contudo, não
desapareceram, convivendo com o pensamento cristão. O mesmo ocorreu com os
negros vindos da África, que trouxeram para cá sua cultura religiosa [...] Uma
prova da mistura e da presença das várias tradições culturais e religiosas no
Brasil era a chamada ‘bolsa de mandinga’, pequeno recipiente no qual se
guardavam vários amuletos com o objetivo de oferecer proteção e sorte a quem a
carregava. Dentro da bolsa encontravam-se objetos das culturas européias,
africana e indígena, podendo conter enxofre, pólvora, pedras, osso de defunto,
papéis com dizeres religiosos ou símbolos, folhas, alho e outros elementos que
variavam conforme o uso a que ela se destinava”. (MONTELLATO, Andrea. História
temática: diversidade cultural e conflitos. São Paulo: Scipione, 2000. P. 145.)
É correto afirmar que o texto refere-se a:
a) Um processo chamado de aculturação em que os grupos abandonam suas
tradições.
b) Uma forma de organizar as diferenças que os homens percebem na
natureza e no mundo social.
c) Um processo de ressignificação de elementos culturais tendo como
resultado uma nova configuração.
d) Um movimento de eliminação de determinadas culturas quando
transpostas para fora da sua área de origem.
e) Um movimento de imitação de costumes estrangeiros, inerente aos
países periféricos.
10- (UEL – 2005) No Brasil e em outros países, o etnocentrismo
fundamentou muitas práticas etnocidas e genocidas, oficiais e não-oficiais,
contra populações culturalmente distintas das de origem européia, cristã e
ocidental, principalmente indígenas e africanas. Discriminação de etnia e de
classe social também se inclui entre as formas de etnocentrismo. Com base no
texto e nos conhecimentos sobre o tema, assinale a alternativa que apresenta
uma interpretação contrária ao etnocentrismo.
a) “Quando nos referimos a uma raça, não individualizamos tipos dela,
tomamo-la em sua acepção mais lata. E assim procedendo vemos que a casta negra
é o atraso; a branca o progresso, a evolução[...]” (Revista Brazil Médico,
1904.)
b) “Esta Lei regula a situação jurídica dos índios ou silvícolas e das
comunidades indígenas, com o propósito de preservar a sua cultura e
integrá-los, progressiva e harmoniosamente, à comunhão nacional”. (Estatuto do
Índio, Lei No 6001 de 19 de dezembro de 1973, Artigo 1º, ainda em vigor.)
c) As sociedades humanas se desenvolvem por estádios ou estados que vão
sendo superados sucessivamente: o estado teológico, o metafísico e o positivo.
Os povos indígenas e as etnias afro-brasileiras encontram-se nos estádios
teológico ou metafísico e, por essa razão, permanecem nos estratos sociais
inferiores e marginais de nossa sociedade. (Baseado em Augusto Comte.)
d) “[...]segundo o que até aqui escrevi acerca dos Coroados [Kaingang]
dos Campos Gerais, é evidente que, no seu estado selvagem, são eles superiores
em inteligência, indústria e previdência a muitos outros povos indígenas, e
talvez até em beleza. Dada essa circunstância, dever-se-ia pôr todo o empenho
em aproximá-los dos homens de nossa raça e, após, encorajar os casamentos
mistos entre eles e os paulistas pobres [...]. Devo dizer, porém, que é mais
fácil matar e reduzir os Coroados à escravidão, do que despender tais esforços
em seu favor”. (Saint- Hilaire, V. E. Viagem à Comarca de Curitiba –1820.)
e) “O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais
e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e
a difusão das manifestações culturais. 1- O Estado protegerá as manifestações
das culturas populares, indígenas e afro-brasileiras, e das de outros grupos
participantes do processo civilizatório nacional”. (Constituição Federal de
1988 na Seção II – Da Cultura, Art. 215.)
11- (UEL – 2006) O misterioso da forma da mercadoria reside no fato de
que ela reflete aos homens as características sociais do seu próprio trabalho,
como características objetivas dos próprios produtos do trabalho e, ao mesmo
tempo, também da relação social dos produtores com o trabalho total como uma
relação social existente fora deles, entre objetos. (Adaptado: MARX, Karl. O
Capital. São Paulo: Nova Cultural, 1988. p. 71.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o tema, é correto afirmar
que, para Marx:
a) As mercadorias, por serem objetos, são destituídas de qualquer
vinculação com os seus produtores.
b) As mercadorias materializam a harmonia presente na realização do
trabalho alienado.
c) Os trabalhadores, independentemente da maneira como produzem a
mercadoria, são alijados do processo de produção.
d) As mercadorias constituem-se em um elemento pacificador das relações
entre patrões e trabalhadores.
e) A mercadoria, no contexto do modo capitalista de produção, possui
caráter fetichista, refletindo os aspectos sociais do trabalho.
12- (UEL – 2007) “Enunciado de maneira menos formal, etnocentrismo é o
hábito de cada grupo de tomar como certa a superioridade de sua cultura”.
“Todas as sociedades conhecidas são etnocêntricas”. “A maioria dos grupos,
senão todos, dentro de uma sociedade, também é etnocêntrica”. “Embora o
etnocentrismo seja parcialmente uma questão de hábito é também um produto de
cultivo deliberado e inconsciente. A tal ponto somos treinados para sermos
etnocêntricos que dificilmente qualquer pessoa consegue deixar de sê-lo”.
Fonte: HORTON, P. B. & HUNT, C. L. Sociologia. Tradução de Auriphebo Berrance
Simões. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1982. p. 46-47.
Com base nessas informações e nos conhecimentos sobre o tema,
considera-se etnocêntrica a seguinte alternativa:
a) O crescimento do PIB argentino tem sido muito superior ao do
brasileiro nos últimos quatro anos.
b) A raça ariana é superior.
c) A produtividade da mão-de-obra haitiana é inferior à da chilena.
d) Não gosto de música sertaneja.
e) Acredito em minha religião.
13- (UEM – 2009) Em 2008, foi comemorado o centenário da Imigração
Japonesa no Brasil. Considerando esse fato e utilizando seus conhecimentos
sobre a temática da “diversidade étnica na cultura brasileira”, assinale o que
for correto.
01) A integração dos japoneses à nova pátria ocorreu sem resistências de
ambos os lados, sendo a convivência inicial entre brasileiros e japoneses
harmoniosa, independente de suas diferenças culturais.
02) Para os imigrantes japoneses, a chegada na nova terra representou
uma profunda mudança. Por meio de associações civis, educativas e religiosas,
eles procuram construir uma nova identidade, combinando a memória do passado
com as experiências do presente.
04) A regra tradicional de casamento intraétnico, configuração familiar
característica dos primeiros anos de imigração, raramente foi rompida ou
questionada pelas novas gerações, mantendo-se como uma das principais formas de
afirmação da identidade japonesa.
08) A imigração implicou uma nova construção do “modo de ser japonês”, processo
de construção identitária que se mantém com as novas gerações e que pode ser
observado nas formas de apropriação e de consumo de produtos da indústria
cultural japonesa, como os mangás e os animes.
16) Nas décadas de 1980 e 1990, um número considerável de descendentes
de japoneses partiram para o Japão em busca de empregos. Esse movimento
imigratório enfraqueceu-se no contexto atual.
Soma: _______
14- (UEM – 2009) Considerando o papel das sociedades indígenas no
processo de formação da diversidade étnica brasileira, assinale o que for
correto.
01) O trabalho nessas sociedades é marcado por três elementos básicos:
relações de parentesco, obrigações rituais e míticas e falta de separação entre
atividades produtivas e lúdicas.
02) Para além da diversidade de comunidades, de grupos e de nações
indígenas, é possível identificar o “índio brasileiro” como portador de uma
identidade étnica única.
04) As populações indígenas gastam pouco tempo executando tarefas
voltadas à satisfação de suas necessidades materiais e sociais, porque são
naturalmente mais vagarosas.
08) O contato interétnico entre índios e brancos, durante o processo de
colonização da sociedade brasileira, provocou o genocídio de diversas
populações indígenas, revelando que essas relações foram reguladas pela
violência.
16) As posturas colonialistas partiam da oposição entre “primitivos” e
“civilizados”, o que fez que a contribuição dos povos indígenas ao processo de
formação da sociedade brasileira fosse identificada como sinal de atraso.
Soma: _______
15- (UEM – 2009) Considerando as reflexões sociológicas sobre o conceito
“cultura”, assinale o que for correto.
01) O processo de modernização das sociedades gera impactos na
manifestação das tradições populares, o que, segundo algumas vertentes
sociológicas, pode modificar as práticas culturais, mas dificilmente
extingui-las.
02) A variedade das culturas acompanha, por um lado, a pluralidade da
história humana e, por outro, os processos de transformação social. Assim,
dentro de um mesmo território, é possível coexistirem diversos padrões
culturais.
04) Ao observar as tradições culturais manifestas nas colônias
portuguesas, a sociologia construiu o consenso de que a cultura do branco
europeu é superior à do indígena e à do africano.
08) Algumas abordagens sociológicas buscam observar os elementos
materiais e não materiais das manifestações culturais, com o objetivo de
compreender as funções sociais dessas manifestações.
16) Ao longo do século XX, a Sociologia acumulou conhecimento suficiente
para concluir que a cultura não sofre efeitos do desenvolvimento das
tecnologias de comunicação, tais como o cinema, a televisão e a internet.
Soma: _______
16- (UEM – Inverno 2008) Conhecer, registrar e analisar as
características da produção cultural e artística popular são recursos
importantes para a construção da memória e da identidade de um povo. Nesse
sentido, assinale a(s) alternativa(s) correta(s).
01) No Brasil, existem diversas festas entendidas como manifestações da
tradição popular, porém os folcloristas reconhecem como brasileiras apenas
aquelas que não possuem influência estrangeira.
02) Alguns países europeus tiveram problemas em relação à definição e à
manutenção de suas fronteiras e de sua soberania, bem como com questões
étnico-culturais. Por isso, utilizaram suas tradições populares com o objetivo
de imprimir e difundir a idéia de nação.
04) As noções de “cultura erudita” e “cultura popular” são construções
utilizadas para diferenciar as crenças, os valores e os costumes do povo e das
elites. Entretanto essas noções obscurecem os diálogos e as trocas entre os
diferentes grupos existentes na sociedade.
08) Um exemplo de reflexão sobre a cultura brasileira foi a Semana de
Arte Moderna de
1922, que, entre outras coisas, pretendia mostrar “o Brasil” às classes
médias e às elites nacionais, valorizando as expressões e os costumes da
população simples.
16) Para o senso comum, há uma hierarquia na definição da cultura
popular brasileira. Desse modo, aquelas manifestações culturais restritas a
alguns grupos étnicos, religiosos ou regionais tendem a ser entendidas como de
menor relevância para a cultura nacional.
Soma: _______
17- (UEM – verão 2008) Tendo como referência as reflexões sociológicas
sobre o “Colonialismo” e suas relações com o conceito de “Cultura”, é correto
afirmar que aquele sistema político visou ao domínio e à exploração das
Américas e ensejou um tipo de conhecimento sobre as populações americanas que
01) pode ser denominado de etnocêntrico.
02) pode ser denominado de democrático.
04) teve as culturas indígenas como referência.
08) teve as culturas africanas como referência.
16) legitimou a dominação européia sobre as populações indígenas e
africanas.
Soma: _______
18- (UEL – 2005) Analise a figura a seguir.
NOVAES, Carlos Eduardo. Capitalismo para principiantes. São Paulo:
Ática, 1995. p.123.
A figura ilustra, por meio da ironia, parte da crítica que a perspectiva
sociológica baseada nas reflexões teóricas de Karl Marx (1818-1883) faz ao
caráter ideológico de certas noções de Estado. Sobre a relação entre Estado e
sociedade segundo Karl Marx, é correto afirmar:
a) A finalidade do Estado é o exercício da justiça entre os homens e,
portanto, é um bem indispensável à sociedade.
b) O Estado é um instrumento de dominação e representa,
prioritariamente, os interesses dos setores hegemônicos das classes dominantes.
c) O Estado tem por finalidade assegurar a felicidade dos cidadãos e
garantir, também, a liberdade individual dos homens.
d) O Estado visa atender, por meio da legislação, a vontade geral dos
cidadãos, garantindo, assim, a harmonia social.
e) Os regimes totalitários são condição essencial para que o Estado
represente, igualmente, os interesses das diversas classes sociais.
19- (UEL – 2008) No capitalismo, os trabalhadores produzem todos os
objetos existentes no mercado, isto é, todas as mercadorias; após havê-las
produzido, entregam-nas aos proprietários dos meios de produção, mediante um
salário; os proprietários dos meios de produção vendem as mercadorias aos
comerciantes, que as colocam no mercado de consumo; e os trabalhadores ou
produtores dessas mercadorias, quando vão ao mercado de consumo, não conseguem
comprá-las. [...] Embora os diferentes trabalhadores saibam que produziram as
diferentes mercadorias, não percebem que, como classe social, produziram todas
elas, isto é, que os produtores de tecidos, roupas, alimentos [...] são membros
da mesma classe social. Os trabalhadores se vêem como indivíduos isolados
[...], não se reconhecem como produtores da riqueza e das coisas.
(CHAUÍ, M. Convite à Filosofia. 13 ed. São Paulo: Ática, 2004. p. 387.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre alienação e ideologia,
considere as afirmativas a seguir:
a) A consciência de classe para os trabalhadores resulta da vontade de
cada trabalhador em superar a situação de exploração em que se encontra sob o
capitalismo.
b) É no mercado que a exploração do trabalhador torna-se explícita,
favorecendo a formação da ideologia de classe.
c) A ideologia da produção capitalista constitui-se de imagens e idéias
que levam os indivíduos a compreenderem a essência das relações sociais de
produção.
d) As mercadorias apresentam-se de forma a explicitar as relações de
classe e o vínculo entre o trabalhador e o produto realizado.
e) O processo de não identificação do trabalhador com o produto de seu
trabalho é o que se chama alienação. A ideologia liga-se a este processo,
ocultando as relações sociais que estruturam a sociedade.
20- Assinale as proposições que dizem respeito ao conceito de ideologia
e dê o somatório:
(01) No princípio, a ideologia tinha por fim ocupar o lugar da Teologia
como ciência das idéias, por causa principalmente da racionalização que a
sociedade vivia nos séculos XVIII e XIX.
(02) Segundo Augusto Comte, as idéias eram resultado das práticas
sociais e uma realização do homem e para o homem.
(04) Para os primeiros autores que trataram do conceito de ideologia,
desde os iluministas até Karl Marx, passando pelos positivistas, a história das
sociedades seria linear, pois caminharia em uma única direção. Era papel dos
intelectuais servir de guia.
(08) A elaboração do conceito de ideologia por Karl Marx fazia parte de
suas preocupações em conhecer o funcionamento da sociedade capitalista, visando
a sua superação.
(16) A alienação, segundo Marx, é causada pela ideologia, tendo em vista
que o desconhecimento da sociedade em que se vive impossibilita sua superação.
Soma: _______
21- Identifique as proposições que dizem respeito ao conceito de
ideologia e dê o somatório:
(01) Atualmente, entende-se que toda a sociedade possui uma ideologia
hegemônica, sem espaço para as demais formas de compreensão da realidade.
(02) A ideologia deve ser entendida como produto das relações sociais.
(04) Atualmente, o conceito de ideologia possibilita apenas uma
interpretação: a de que as ideias são independentes da realidade histórica e
social.
(08) Atualmente o conceito de ideologia é entendido conjuntamente com
seus aspectos culturais.
(16) O conceito atual de ideologia parte do princípio de que existe um
conjunto de ideias que guiam a sociedade; é função do intelectual
identificá-las.
Soma: _______
22- Um dos conceitos mais importantes da obra de Karl Marx é o de
ideologia. Em relação a ele, é correto afirmar que:
a) a ideologia seria a representação fiel da realidade, por estar
intimamente vinculada às condições sociais de produção;
b) a divisão entre o trabalho manual e intelectual levou ao fim da
ideologia;
c) a ideologia, quando promovida pelos intelectuais, seria algo
abstrato, pois se partia das ideias e não da prática, da vida real;
d) a ideologia era um elemento que possibilitaria o fim da luta de
classes e o surgimento do socialismo;
e) o processo histórico seria determinado pela ideologia, que teria por
base a formação econômica, política e social das sociedades humanas;
23- (Simulado ENEM 2009)
Normalidade II – Quino
Disponível em: . Acesso em: 26 mar. 2009.
“Eu não vou mais precisar de muita força, vou usar todas as que tenho
agora” – ele pensou. E ele se lembrou das moscas que rebentam suas perninhas ao
tentarem escapar do mata-moscas.
KAFKA, Franz. O processo. Porto Alegre: L & PM Pocket, 2007. p. 258.
(Fragmento).
O Controle Social pode ser tomado como um conjunto de penalidades e
aprovações, chamadas também de sanções. Estas são aplicadas aos indivíduos pela
sociedade para assegurar a conformidade das condutas aos modelos estabelecidos.
A imagem e o texto destacam aspectos relativos
a) à garantia de liberdade coletiva pelo uso da força.
b) aos anseios idealistas utópicos perante as convenções sociais.
c) à natureza imitadora da maioria dos indivíduos diante das instituições
sociais.
d) à possibilidade de reação e reversão de processos condicionantes.
e) às relações de poder presentes nas sociedades.
24- (UEL – 2006) O misterioso da forma da mercadoria reside no fato de
que ela reflete aos homens as características sociais do seu próprio trabalho,
como características objetivas dos próprios produtos do trabalho e, ao mesmo
tempo, também da relação social dos produtores com o trabalho total como uma
relação social existente fora deles, entre objetos. (Adaptado: MARX, Karl. O
Capital. São Paulo: Nova Cultural, 1988. p. 71.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o tema, é correto afirmar
que, para Marx:
a) As mercadorias, por serem objetos, são destituídas de qualquer
vinculação com os seus produtores.
b) As mercadorias materializam a harmonia presente na realização do
trabalho alienado.
c) Os trabalhadores, independentemente da maneira como produzem a
mercadoria, são alijados do processo de produção.
d) As mercadorias constituem-se em um elemento pacificador das relações
entre patrões e trabalhadores.
e) A mercadoria, no contexto do modo capitalista de produção, possui
caráter fetichista, refletindo os aspectos sociais do trabalho.
25- (UEL – 2006) “[...] uma grande marca enaltece acrescenta um maior
sentido de propósito à experiência, seja o desafio de dar o melhor de si nos
esportes e nos exercícios físicos ou a afirmação de que a xícara de café que
você bebe realmente importa [...] Segundo o velho paradigma, tudo o que o
marketing vendia era um produto. De acordo com o novo modelo, contudo, o
produto sempre é secundário ao verdadeiro produto, a marca, e a venda de uma
marca adquire um componente adicional que só pode ser descrito como
espiritual”. O efeito desse processo pode ser observado na fala de um empresário
da Internet comentando sua decisão de tatuar o logo da Nike em seu umbigo:
“Acordo toda manhã, pulo para o chuveiro, olho para o símbolo e ele me sacode
para o dia. É para me lembrar a cada dia como tenho de agir, isto é, ‘just do
it’.” (KLEIN, Naomi. Sem logo: a tirania das marcas em um planeta vendido. Rio
de Janeiro: Record, 2002, p. 45-76.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre ideologia, é correto
afirmar:
a) A atual tendência do capitalismo globalizado é produzir marcas que
estimulam a conscientização em detrimento dos processos de alienação.
b) O capitalismo globalizado, ao tornar o ser humano desideologizado,
aproximou-se dos ideais marxistas quanto ao ideal humano.
c) Graças às marcas e à influência da mídia, em sua atuação educativa,
as pessoas tornaram-se menos sujeitas ao consumo.
d) O trabalho ideológico em torno das marcas solucionou as crises
vividas desde a década de
1970 pelo capital oligopólico.
e) Por meio da ideologia associada à mundialização do capital,
ampliou-se o fetichismo das mercadorias, o qual se reflete na resposta social
às marcas.
26- (UEL – 2008) No capitalismo, os trabalhadores produzem todos os
objetos existentes no mercado, isto é, todas as mercadorias; após havê-las
produzido, entregam-nas aos proprietários dos meios de produção, mediante um
salário; os proprietários dos meios de produção vendem as mercadorias aos
comerciantes, que as colocam no mercado de consumo; e os trabalhadores ou
produtores dessas mercadorias, quando vão ao mercado de consumo, não conseguem
comprá-las. [...] Embora os diferentes trabalhadores saibam que produziram as
diferentes mercadorias, não percebem que, como classe social, produziram todas
elas, isto é, que os produtores de tecidos, roupas, alimentos [...] são membros
da mesma classe social. Os trabalhadores se vêem como indivíduos isolados
[...], não se reconhecem como produtores da riqueza e das coisas. (CHAUÍ, M.
Convite à Filosofia. 13 ed. São Paulo: Ática, 2004. p. 387.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre alienação e ideologia,
considere as afirmativas a seguir:
a) A consciência de classe para os trabalhadores resulta da vontade de
cada trabalhador em superar a situação de exploração em que se encontra sob o
capitalismo.
b) É no mercado que a exploração do trabalhador torna-se explícita,
favorecendo a formação da ideologia de classe.
c) A ideologia da produção capitalista constitui-se de imagens e idéias
que levam os indivíduos a compreenderem a essência das relações sociais de
produção.
d) As mercadorias apresentam-se de forma a explicitar as relações de
classe e o vínculo entre o trabalhador e o produto realizado.
e) O processo de não identificação do trabalhador com o produto de seu
trabalho é o que se chama alienação.
A ideologia liga-se a este processo, ocultando as relações sociais que
estruturam a sociedade.
27- (UEM – Inverno 2008) Ao discorrer sobre ideologia, Marilena Chauí
afirma que “(...) a coerência ideológica não é obtida malgrado as lacunas, mas,
pelo contrário, graças a elas. Porque jamais poderá dizer tudo até o fim, a
ideologia é aquele discurso no qual os termos ausentes garantem a suposta
veracidade daquilo que está explicitamente afirmado”. (O que é ideologia. São
Paulo: Brasiliense, 1981, p. 04). Considerando o texto acima e o conceito de
ideologia para Karl Marx, assinale o que for correto.
01) Na maioria das sociedades capitalistas, as desigualdades são
ocultadas pelos princípios ideológicos que afirmam a importância dos seguintes
elementos: o progresso, o “vencer na vida”, o individualismo, a mínima presença
do Estado na economia e a soberania popular por meio da representação.
02) Ideologia corresponde às idéias que predominam em uma determinada
sociedade, portanto expressa a realidade tal qual ela é na sua objetividade.
04) Uma pessoa pode elaborar uma ideologia, construir uma “questão”
individual sem interferências anteriores e influências comunitárias para a sua
sustentação. Assim, com base em sua própria ideologia, ela poderá refletir e
agir em sua sociedade.
08) Na sociedade brasileira, a ideologia da democracia racial afirma que
índios, negros e brancos vivem em harmonia, com igualdade de condições. Essa
formulação omite as desigualdades étnicas existentes no país.
16) Ideologia consiste em idéias que predominam na sociedade e que, por
isso, são internalizadas por todos os indivíduos. Portanto não existem
possibilidades de se romper com seus pressupostos.
28- (UFUB) Quanto ao conceito de indústria cultural, é correto afirmar
que:
I – A indústria cultural produz bens culturais como mercadorias.
II – O objetivo da indústria cultural é estimular a capacidade crítica
dos indivíduos.
III – A indústria cultural cria a ilusão de felicidade no presente e
elimina a dimensão crítica.
IV – A indústria cultural ocupa o espaço de lazer do trabalhador sem lhe
dar tempo para pensar sobre as condições de exploração em que vive.
Assinale a alternativa correta:
a) II, III e IV estão corretas.
b) I, II e III estão corretas.
c) I, III e IV estão corretas.
d) I, II e IV estão corretas.
e) II e III estão corretas.
29- (PUC – SP) Leia o texto: “Quando [o general De Gaulle] chegou ao
poder, havia 1 milhão de aparelhos de televisão na França (...). Quando saiu,
havia 10 milhões (...). O Estado é sempre uma questão de show biz. Mas o
Estado-teatro de ontem era coisa muito diferente do Estado-Tv que existe hoje”.
Segundo o autor,
a) existe, hoje em dia, na França, um controle muito maior do Estado
sobre a programação da televisão, do que já houve em outras épocas.
b) sob o governo do general De Gaulle, o Estado incentivou a população a
adquirir mais aparelhos de televisão.
c) a relação do Estado com os meios de comunicação é oportunista, ora
investe no desenvolvimento do teatro, ora no da televisão.
d) as manifestações políticas são condicionadas diferentemente, conforme
o meio empregado, e a televisão, hoje em dia, dita as regras da encenação.
e) a TV é um meio muito mais alienante do que o teatro, e o Estado que
pretende hegemonia política investe mais no primeiro que no último.
30- (UEL – 2006) “A indústria cultural vende Cultura. Para vendê-la,
deve seduzir e agradar o consumidor. Para seduzi-lo e agradá-lo, não pode
chocá-lo, provocá-lo, fazê-lo pensar, fazê-lo ter informações novas que
perturbem, mas deve devolver-lhe, com nova aparência, o que ele sabe, já viu,
já fez. A ‘média’ é o senso-comum cristalizado que a indústria cultural devolve
com cara de coisa nova [...]. Dessa maneira, um conjunto de programas e
publicações que poderiam ter verdadeiro significado cultural tornam-se o
contrário da Cultura e de sua democratização, pois se dirigem a um público
transformado em massa inculta, infantil, desinformada e passiva”. (CHAUÍ,
Marilena. Filosofia. 7. ed. São Paulo: Ática, 2000. p. 330-333.) Com base no
texto e nos conhecimentos sobre meios de comunicação e indústria cultural,
considere as afirmativas a seguir.
I. Por terem massificado seu público por meio da indústria cultural, os
meios de comunicação vendem produtos homogeneizados.
II. Os meios de comunicação vendem produtos culturais destituídos de
matizes ideológicos e políticos.
III. No contexto da indústria cultural, por meio de processos de
alienação de seu público, os meios de comunicação recriam o senso comum
enquanto novidade.
IV. Os produtos culturais com efetiva capacidade de democratização da
cultura perdem sua força em função do poder da indústria cultural na sociedade
atual.
Estão corretas apenas as afirmativas:
a) I e II.
b) I e III.
c) II e IV.
d) I, III e IV.
e) II, III e IV.
31- (UEL – 2007) “O homem político poderia ser ele mesmo.
Autenticamente. Ele prefere parecer. Ainda que lhe seja preciso simular ou
dissimular. Compondo um personagem que atraia atenção e impressione a
imaginação. Interpretando um papel que é por vezes um papel composto. De modo
que, recorrendo a um vocabulário colhido no teatro, fala-se em ‘vedetes’,
outrora em ‘tenores’, sempre em ‘representação política’”. Fonte:
SCHWARTZENBERG, R. O Estado Espetáculo. Tradução de Heloysa de Lima Dantas, Rio
de Janeiro-São Paulo: Difel, 1978, p. 7.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre os temas Indústria Cultural
e Política, é correto afirmar:
a) Na atualidade, a arte de dissimular dos políticos está cada vez menos
evidente e, com base nela, os eleitores escolhem seus candidatos.
b) Através da imagem construída pelo candidato se pode distinguir
claramente sua ideologia.
c) Na era das comunicações, o indivíduo torna-se cada vez mais
informado, portanto, mais imune à propaganda, inclusive à propaganda política.
d) No Brasil, a indústria cultural torna manifestações como o teatro, a
literatura, a música popular e as artes plásticas, livres de qualquer traço de
mediocridade por ter conotação ideológica.
e) A indústria cultural repousa sobre a produção de desejos, imagens,
valores e expectativas, por isso somos cada vez mais suscetíveis à propaganda
política.
(QUINO. Mafalda. São Paulo, n. 9, p. 2, 2002.)
Com base nos quadrinhos e nos conhecimentos sobre os meios de
comunicação de massa (MCM), assinale a alternativa que explicita algumas
posições do debate teórico sobre esse tema.
a) As reflexões da personagem Mafalda sobre as propagandas levam-na a
concluir que sua mãe precisa adquirir os produtos, que as crianças podem
assistir TV e brincar, dosando suas tarefas diárias, o que revela a pertinência
das teorias que vêem os MCM como mecanismos de integração social.
b) A personagem Mafalda obedece às ordens de sua mãe, assiste à TV e
encanta-se com as promessas das propagandas, corroborando com as teorias
pessimistas sobre o papel dos MCM e a passividade dos telespectadores.
c) A atitude da personagem Mafalda demonstra a crítica aos artifícios da
propaganda que ressalta a magia da mercadoria, prometendo mais do que ela
realmente pode oferecer, e que os sujeitos nem sempre são passivos diante dos
MCM.
d) Ao sair para brincar após assistir à TV, a personagem Mafalda
sente-se mais livre e feliz, pois descobriu o quanto alguns produtos anunciados
pelas propagandas melhoram a vida doméstica de sua mãe, reproduzindo aspectos
da cultura erudita e do modo de vida sofisticado, como acreditam as teorias
“otimistas” sobre os MCM.
e) A mãe da personagem Mafalda admira-se da inteligência da filha, que
compreendeu muito bem os poderes dos objetos anunciados nas propagandas de TV,
reforçando as teorias sobre o papel educativo e de emancipação dos MCM.
33- (UEM) A expressão indústria cultural foi empregada pela primeira vez
no livro Dialética do Esclarecimento, escrito por Horkheimer e Adorno,
filósofos de tendência marxista pertencentes à Escola de Frankfurt. Designa-se
com essa expressão uma cultura produzida em série, para o mercado de consumo em
massa, na qual a realização cultural deixa de ser um instrumento de crítica do
conhecimento para transformar-se em uma mercadoria qualquer cujo valor é, antes
de tudo, monetário. Assinale o que for correto.
01) A origem da indústria cultural pode ser encontrada na prática dos
mecenas, particularmente italianos, que financiavam, durante o Renascimento, a
produção das grandes obras de arte.
02) Na indústria cultural, o consumidor não é rei, como ela gostaria de
o fazer crer, o consumidor não é o sujeito da produção cultural, mas seu objeto.
04) A indústria cultural eleva o nível cultural da maioria da população
e aprimora a apreciação da qualidade estética do universo das artes.
08) A indústria cultural é expressão da ideologia capitalista; sob seu
poderio, as obras de arte foram esvaziadas de seu caráter criador e crítico,
alienaram-se para tornarem-se puro entretenimento, isto é, objetos de consumo
para um espectador cuja ausência de reflexão o torna passivo.
16) A partir da segunda revolução industrial no século XIX, as artes
usufruem uma fase de produção autônoma; com o advento da indústria cultural,
tornam-se dependentes das necessidades mercadológicas do capital.
Soma: _______
34- (UEL – 2003) “Tudo indica que o termo ‘indústria cultural’ foi
empregado pela primeira vez no livro Dialética do esclarecimento, que
Horkheimer [1895-1973] e eu [Adorno, 1903-1969] publicamos em 1947, em
Amsterdã. (...) Em todos os seus ramos fazem se, mais ou menos segundo um
plano, produtos adaptados ao consumo das massas e que em grande medida
determinam esse consumo”. (ADORNO, Theodor W. A indústria cultural. In: COHN,
Gabriel (Org.). Theodor W. Adorno. São Paulo: Ática, 1986. p. 92.)
Com base no texto acima e na concepção de indústria cultural expressa
por Adorno e Horkheimer, é correto afirmar:
a) Os produtos da indústria cultural caracterizam-se por ser a expressão
espontânea das massas.
b) Os produtos da indústria cultural afastam o indivíduo da rotina do
trabalho alienante realizado em seu cotidiano.
c) A quantidade, a diversidade e a facilidade de acesso aos produtos da
indústria cultural contribuem para a formação de indivíduos críticos, capazes
de julgar com autonomia.
d) A indústria cultural visa à promoção das mais diferentes
manifestações culturais, preservando as características originais de cada uma
delas.
e) A indústria cultural banaliza a arte ao transformar as obras
artísticas em produtos voltados para o consumo das massas.
35- (UEM – Verão 2008) Leia o texto a seguir: “A imprensa, o rádio, a
televisão, o cinema são indústrias ultra-ligeiras. Ligeiras pelo aparelhamento
produtor, são ultra-ligeiras pela mercadoria produzida: esta fica gravada sobre
a folha do jornal, sobre a película cinematográfica, voa sobre as ondas e, no
momento do consumo, torna-se impalpável, uma vez que esse consumo é psíquico.
Entretanto, essa indústria ultraligeira está organizada segundo o modelo da
indústria de maior concentração técnica e econômica. No quadro privado, alguns
grandes grupos de imprensa, algumas grandes cadeias de rádio e televisão,
algumas sociedades cinematográficas concentram em seu poder o aparelhamento
(rotativas, estúdios) e dominam as comunicações de massa. No quadro público, é
o Estado que assegura a concentração.” (MORIN, Edgard. “A indústria cultural”
In: FORACCHI, Marialice Mencarini & MARTINS, José de Souza (org.).
Sociologia e Sociedade: leituras de introdução à sociologia. Rio de Janeiro:
Livros Técnicos e Científicos, 1977, p.300).
Tendo como referência o texto e seus conhecimentos sobre a temática da
“indústria cultural”, assinale a(s) alternativa(s) correta(s).
01) A indústria cultural consegue conjugar organização burocrática, que
visa à produção padronizada e em larga escala de seus produtos, com
individualização e novidade desejadas pelos consumidores.
02) A produção cultural de massa procura transformar a cultura em
mercadoria, nivelando os valores e os padrões estéticos de boa parte dos
consumidores.
04) Na indústria cultural, há um equilíbrio entre interesses econômicos,
domínio da técnica, organização burocrática e exercício da criatividade.
08) A indústria cultural, diferentemente de outros ramos da produção
industrial, não visa ao lucro. Seus produtos são comercializados a preço de
custo e seu consumidor não é tratado como “cliente” e sim como fã ou
colecionador.
16) O ritmo ligeiro da indústria cultural tem como resultado a produção
em série, de baixo custo e possível de ser acessada por boa parte da população.
Soma: _______
36- (UENP – Verão 2009) Leia atentamente o poema, intitulado Eu,
etiqueta, de autoria de Carlos Drummond de Andrade:
Meu blusão traz lembrete de bebida
que jamais pus na boca, nesta vida.
Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro,
minha gravata e cinto e escova e pente,
meu copo, minha xícara,
minha toalha de banho e sabonete,
meu isso, meu aquilo,
desde a cabeça ao bico dos sapatos,
são mensagens,
letras falantes,
gritos visuais,
ordens de uso, abuso, reincidência,
costume, hábito, premência,
indispensabilidade,
e fazem de mim homem-anúncio itinerante,
escravo da matéria anunciada.
Não sou – vê lá – anúncio contratado.
Eu é que mimosamente pago
para anunciar, para vender
em bares festas praias pérgulas piscinas,
e bem à vista exibo esta etiqueta
global no corpo que desiste
de ser veste e sandália de uma essência
tão viva independente,
que moda ou suborno algum a compromete.
Hoje sou costurado, sou tecido,
sou gravado de forma universal,
saio da estamparia, não de casa,
da vitrina me tiram, recolocam,
objeto pulsante mas objeto
objetos estáticos, tarifados.
Por me ostentar assim, tão orgulhoso
de ser não eu, mas artigo industrial.
Assinale a alternativa incorreta:
a) O poema faz referência direta ao conceito de cultura de massa, que
segundo Adorno é uma forma de controle da consciência pelo emprego de meios
como o cinema, o rádio ou a imprensa.
b) De acordo com a Escola de Frankfurt o surgimento da cultura de massa,
em meados do século passado, deveu-se em grande parte ao desenvolvimento do
projeto iluminista que desencadeou uma crise ética e epistemológica dando
origem por fim a já referida cultura de massa.
c) A Revolução Industrial não foi apenas um conjunto de inovações
técnicas, mas uma forma de dominação e controle do tempo do trabalhador, essa
dominação se dá por meio da disciplina e da indústria cultural.
d) O produto da indústria cultural não pode ser considerado arte em
sentido estrito, já que ela tende a padronização, a ausência de conteúdo, e o
apelo ao mercado.
e) A cultura de massa tem o papel de difundir por meio do mercado as
culturas regionais, contribuindo para a emancipação do homem.