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Tiago Zanolitzanoli@redegazeta.com.br
O internetês, quem diria, deixou de ser um vilão. Tudo bem que alguns ainda veem essa forma de escrita, abreviada e mais próxima do som da fala, como um veneno para a inteligência, mas seu uso já virou até matéria de sala de aula. Na Inglaterra, aliás, uma pesquisa revelou que a famigerada linguagem da web pode fazer bem.
A linguagem abreviada da internet pode ser prejudicial ao aprendizado?
Quem chegou a essa conclusão foi a psicóloga Clare Wood, da Universidade de Coventry. Ela acompanhou crianças entre oito e 12 anos durante um ano letivo e percebeu que quem teclava o dia todo tinha maior capacidade de leitura e escrita, em comparação aos que não faziam isso. Segundo Clare, até possuíam habilidades de alfabetização mais sofisticadas.
Para Sabrina Xavier Amaral, professora de redação e literatura do Centro Educacional Primeiro Mundo, a presença dessa linguagem é inevitável, pois o meio exige que seja dinâmica. No Twitter, com a restrição dos posts a 140 caracteres, por exemplo, sintetizar ideias e abreviar o texto é quase uma obrigação. O MSN também "exige" isso por conta da velocidade da comunicação, embora não imponha limites ao tamanho do texto.
"Na escola, estudamos essa linguagem no e-mail, no MSN, nos blogs e no Twitter, e os possíveis problemas decorrentes de seu uso", diz Sabrina, acrescentando que é papel da escola (e dos pais) acompanhar e orientar as crianças e os adolescentes para que eles saibam selecionar as formas apropriadas, de acordo com as situações de uso.
Fruto da Geração Y, que nasceu conectada à internet, Fernandino Fernandes de Souza, 18 anos, não passa um dia off-line. Na web, utiliza a forma abreviada com moderação, mas sempre escreve de acordo com o som da fala. Quando abrevia, digita, por exemplo, apenas a letra "q", no lugar da palavra "que". Ou "venk", em vez de "venha cá".
Isso nunca foi problema para o rapaz, que hoje cursa o pré-vestibular. "Tenho o hábito da leitura e, para mim, é mais fácil separar a linguagem da internet da língua culta", garante.
Mudanças
A professora de língua portuguesa e literatura do Colégio Estadual Rosiani Casotti lembra que, em um passado recente, seus alunos faziam mais confusão, misturando as linguagens. Isso não ocorre mais, e ela acredita que o motivo seja a discussão que tem havido em torno do internetês. "Houve uma conscientização. Quando peço um texto, é raro encontrar esse tipo de problema", diz.
O que preocupa, muitas vezes, é o desvio de atenção, quando um jovem abre mão de ler um livro para bater-papo no MSN ou passar o dia tuitando. "É uma realidade, mas não creio que atinja a maioria. Meus alunos de terceiro ano estão focados no vestibular, mas às vezes ouço outros comentarem que perderam a noite na internet", observa Rosiani.
Para Sabrina, mais preocupante do que a linguagem é o grande volume de informações, além da velocidade com que elas circulam. "Estudos neurológicos apontam que isso afeta a capacidade de compreensão".
Os jovens estão mais distantes da leitura. Eles têm outras distrações, que competem com os livros, e o meio digital é uma delas"Sabrina Xavier Amaral, Professora
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O internetês, quem diria, deixou de ser um vilão. Tudo bem que alguns ainda veem essa forma de escrita, abreviada e mais próxima do som da fala, como um veneno para a inteligência, mas seu uso já virou até matéria de sala de aula. Na Inglaterra, aliás, uma pesquisa revelou que a famigerada linguagem da web pode fazer bem.
A linguagem abreviada da internet pode ser prejudicial ao aprendizado?
Quem chegou a essa conclusão foi a psicóloga Clare Wood, da Universidade de Coventry. Ela acompanhou crianças entre oito e 12 anos durante um ano letivo e percebeu que quem teclava o dia todo tinha maior capacidade de leitura e escrita, em comparação aos que não faziam isso. Segundo Clare, até possuíam habilidades de alfabetização mais sofisticadas.
Para Sabrina Xavier Amaral, professora de redação e literatura do Centro Educacional Primeiro Mundo, a presença dessa linguagem é inevitável, pois o meio exige que seja dinâmica. No Twitter, com a restrição dos posts a 140 caracteres, por exemplo, sintetizar ideias e abreviar o texto é quase uma obrigação. O MSN também "exige" isso por conta da velocidade da comunicação, embora não imponha limites ao tamanho do texto.
"Na escola, estudamos essa linguagem no e-mail, no MSN, nos blogs e no Twitter, e os possíveis problemas decorrentes de seu uso", diz Sabrina, acrescentando que é papel da escola (e dos pais) acompanhar e orientar as crianças e os adolescentes para que eles saibam selecionar as formas apropriadas, de acordo com as situações de uso.
Fruto da Geração Y, que nasceu conectada à internet, Fernandino Fernandes de Souza, 18 anos, não passa um dia off-line. Na web, utiliza a forma abreviada com moderação, mas sempre escreve de acordo com o som da fala. Quando abrevia, digita, por exemplo, apenas a letra "q", no lugar da palavra "que". Ou "venk", em vez de "venha cá".
Isso nunca foi problema para o rapaz, que hoje cursa o pré-vestibular. "Tenho o hábito da leitura e, para mim, é mais fácil separar a linguagem da internet da língua culta", garante.
Mudanças
A professora de língua portuguesa e literatura do Colégio Estadual Rosiani Casotti lembra que, em um passado recente, seus alunos faziam mais confusão, misturando as linguagens. Isso não ocorre mais, e ela acredita que o motivo seja a discussão que tem havido em torno do internetês. "Houve uma conscientização. Quando peço um texto, é raro encontrar esse tipo de problema", diz.
O que preocupa, muitas vezes, é o desvio de atenção, quando um jovem abre mão de ler um livro para bater-papo no MSN ou passar o dia tuitando. "É uma realidade, mas não creio que atinja a maioria. Meus alunos de terceiro ano estão focados no vestibular, mas às vezes ouço outros comentarem que perderam a noite na internet", observa Rosiani.
Para Sabrina, mais preocupante do que a linguagem é o grande volume de informações, além da velocidade com que elas circulam. "Estudos neurológicos apontam que isso afeta a capacidade de compreensão".
Os jovens estão mais distantes da leitura. Eles têm outras distrações, que competem com os livros, e o meio digital é uma delas"Sabrina Xavier Amaral, Professora